Distintivos de eficiência

Artigos de Baden-Powell para a revista " The Scouter ", 1909 - 1941
traduzidos por: Capitão Anilto de Ribeirão Pires/SP. 


Tradução


Distintivos de eficiência

Nós aprovamos recentemente vários distintivos de eficiência, e esperamos que isto sirva como incentivo aos Escoteiros se qualificarem como pessoas úteis, seja em casa ou em uma colônia.

Eficiencia

Enquanto estavam sendo considerados, chegou a nós uma reclamação: em certos centros a dificuldade de passar nos testes para qualquer distintivo era tão grande que o que tinha sido uma medida atraente para os jovens estava se tornando rapidamente um exame “bicho-papão”*.
Temo que isto seja devido a falhas na aplicação da idéia.
Estes distintivos são planejados meramente como um encorajamento para que o jovem tenha um passatempo ou ocupação e obter algum progresso com isto; eles são um símbolo para uma pessoa de fora de que ele faz algo. Não se pretende que signifique que ele é especialista na arte na qual é testado. Por isso os examinadores não devem exigir padrões excessivamente elevados, especialmente no primeiro distintivo.

Alguns são inclinados a insistir que seus Escoteiros sejam de primeira classe antes que possam obter algum distintivo. Na teoria isso é muito certo, você consegue alguns jovens muito proficientes, mas nosso objetivo é fazer com que todos sejam interessados, e que cada um inicie um ou dois hobbies, de modo que ele possa descobrir o que mais lhe é adequado e que pode lhe oferecer uma carreira na vida.
O Chefe Escoteiro que criteriosamente coloca para seus jovens um ou dois desafios fáceis, faz com que eles passem com confiança e entusiasmo, enquanto que colocando um muro de pedra os fará recuar e deixar de fazer tudo.
Ao mesmo tempo não recomendamos o outro extremo, isto é, quase dar os distintivos com um conhecimento muito superficial dos assuntos. É uma questão que os examinadores devem usar o bom senso e critério, mantendo o objetivo em vista.

* NT “bicho-papão”, no original “bugbear”, também chamado " boogerbear ", é uma criatura legendária comparável com “bogeyman”, “bogey”, “bugaboo”, “hobgoblin” e outras criaturas do folclore, todas historicamente usadas em algumas culturas para amedrontar as crianças desobedientes. Na Inglaterra medieval, por exemplo, o “bugbear” era um urso arrepiante  e gigantesco que espreitava nos bosques; as crianças eram advertidas para não vaguear longe de casa ou não se portar mal, senão o “bugbear" iria pegá-las. Em um contexto moderno, o termo “bugbear” serve como uma metáfora para algo que está aborrecendo ou está irritando. De acordo com o Dicionário Webster, um “bugbear” é " um duende imaginário ou espectro usado para amedrontar", " um objeto ou fonte de medo ", ou " uma fonte contínua de irritação” (Wikipédia)

Abril de 1910


Original


Efficiency Badges
WE have recently approved of a number of badges of efficiency, which it is hoped will serve as encouragement to Scouts to qualify themselves as useful men, whether at home or in a colony.

While these were under consideration there reached us a complaint that in certain centres the difficulty of passing the tests for any badges was becoming so great that what had been an attractive measure for the boys was now fast becoming another "examination bugbear."

This, I am afraid, is due to faults in the application of the idea.

These badges are merely intended as an encouragement to a boy to take up a hobby or occupation and to make some sort of progress in it: they are a sign to an outsider that he has done so; they are not intended to signify that he is a master in the
craft which he is tested in. Therefore, the examiners should not aim at too high a standard, especially in the first badge.

Some are inclined to insist that their Scouts should be first- rate before they can get a badge. That is very right, in theory; you get a few boys pretty proficient in this way but our object is to get all the boys interested, and every boy started on one or two hobbies, so that he may eventually find that which suits him the best and which may offer him a career for life.

The Scoutmaster who uses discretion in putting his boys at an easy fence or two to begin with will find them jumping with confidence and keenness, whereas if he gives them an upstanding stone wall to begin with, it makes them shy of leaping at
all.

At the same time we do not recommend the other extreme, of which there is also the danger, namely, that of almost giving away the badges on very slight knowledge of the subjects. It is a matter where examiners should use their sense and discretion, keeping the main aim in view.

April, 1910.