20 Os anjos

Durante a preparação das atividades escoteiras, quase sempre necessitamos uma pequena história para um fogo de conselho, para um culto ecumênico ou para inserir um tema de reflexão numa reunião de sede.

Assim, para te ajudar, colecionamos algumas histórias.
Algumas delas tem o nome de quem as remeteu e o nome do autor, o que não quer dizer que sejam realmente os seus autores, pois não tivemos condições de checar a informacão.

20      OS ANJOS
(de: William J. Bennett)

O menino voltou-se para a mãe e perguntou: -- Os anjos existem mesmo?
Eu nunca vi nenhum. Como ela lhe afirmasse a existência deles, o pequeno disse que iria andar pelas estradas, até encontrar um anjo.
-- É uma boa idéia -- falou a mãe. Irei com você.
-- Mas você anda muito devagar -- argumentou o garoto. Você tem um pé aleijado.
A mãe insistiu que o acompanharia. Afinal, ela podia andar muito mais depressa do que ele pensava.

Lá se foram. O menino saltitando e correndo e a mãe mancando, seguindo atrás.
De repente, uma carruagem apareceu na estrada. Majestosa, puxada por lindos cavalos brancos. Dentro dela, uma dama linda, envolta em veludos e sedas, com plumas brancas nos cabelos escuros. As jóias eram tão brilhantes que pareciam pequenos sóis. Ele correu ao lado da carruagem e perguntou à senhora:
-- Você é um anjo?
Ela nem respondeu. Resmungou alguma coisa ao cocheiro que chicoteou os cavalos e a carruagem sumiu, na poeira da estrada.
Os olhos e a boca do menino ficaram cheios de poeira. Ele esfregou os olhos e tossiu bastante. Então, chegou sua mãe que limpou toda a poeira, com seu avental de algodão azul.
-- Ela não era um anjo, não é, mamãe?
-- Com certeza, não. Mas um dia poderá se tornar um, respondeu a mãe.

Mais adiante uma jovem belíssima, em um vestido branco, encontrou o menino.
Seus olhos eram estrelas azuis e ele lhe perguntou: -- Você é um anjo?
Ela ergueu o pequeno em seus braços e falou feliz: -- Uma pessoa me disse ontem à noite que eu era um anjo.
Enquanto acariciava o menino e o beijava, ela viu seu namorado chegando. Mais do que depressa, colocou o garoto no chão. Tudo foi tão rápido que ele não conseguiu se firmar bem nos pés e caiu.
-- Olhe como você sujou meu vestido branco, seu monstrinho! Disse ela, enquanto corria ao encontro do seu amado.
O menino ficou no chão, chorando, até que chegou sua mãe e lhe enxugou as lágrimas com seu avental de algodão azul.
Aquela moça, certamente, não era um anjo.

O garoto abraçou o pescoço da mãe e disse estar cansado.
-- Você me carrega?
-- É claro -- disse a mãe. Foi para isso que eu vim.
Com o precioso fardo nos braços, a mãe foi mancando pelo caminho, cantando a música que ele mais gostava.
Então o menino a abraçou com força e lhe perguntou: -- Mãe, você não é um anjo?
A mãe sorriu e falou mansinho: -- Imagine, nenhum anjo usaria um avental de algodão azul como o meu...

MORAL DA HISTÓRIA:
Anjos são todos os que na Terra se tornam guardiães dos seus amores.
São mães, pais, filhos, irmãos que renunciam a si próprios, a suas vidas em benefício dos que amam. Às vezes, podem estar do nosso lado e não percebemos.

(Transcrito do LIVRO DAS VIRTUDES PARA AS CRIANÇAS II, de William J. Bennett)