Distintivos e símbolos da formação escoteira de adultos

Existem algumas maneiras para identificar o nível da formação escoteira dos adultos voluntários no Movimento Escoteiro, eles estão regulamentados na regra 132 e 163 do POR_2008. Eles servem tanto para a linha dos escotistas, como para a linha dos dirigentes institucionais e de formação, que são: o anel de Gilwell; o lenço da Insígnia e o colar de contas da Insígnia da Madeira.

O esquema de formação da Insígnia da Madeira foi criado originalmente pelo fundador no primeiro centro de formação escoteira  --- o Gilwell Park, consistia-se de um treinamento em três partes. A primeira era um estudo sobre os fundamentos e o programa escoteiro, a seguir vinha a prática em campo, concluindo-se com a terceira e última parte que era o acompanhamento do candidato, verificando se está ciente e aplicando o método escoteiro. 
Até o ano de 1936 Gilwell Park era o único local formador de escotistas para onde iam escotistas de todos os países em busca dos cursos do esquema de Gilwell.
Esse esquema é identificado por um machado fincado em um tronco, porque quando  começaram a ser realizados cursos escoteiros, era essenciais as técnicas de campismo, sendo nesta época utilizados grandes machados de lenhador. E como existia uma grande preocupação com a segurança, os machados eram sempre enterrados em um tronco para evitar acidentes. Assim, por todo o campo de Gilwell tornou-se cracterístico encontrar machados enterrados em troncos.
Foi Sir Francis Gidney quem teve a ideia de adotar este símbolo, já que significava que estava ocorrendo um treinamento de Insígnia de Madeira, tornando-se assim o símbolo que conhecemos hoje.

 

O primeiro "distintivo" a ser conquistado é o anel de Gilwell.

Ele é outorgado aos escotistas e dirigentes que tenham concluído o nível Básico de formação (CB).

Foi criado em 1920, como complemento óbvio do Lenço de Gilwell. No entanto, desde o início foi dado como símbolo a quem completasse a formação Básica em Gilwell (equivalente ao nosso CB) .

É um arganel em couro roliço com um nó cabeça de turco que é uma pinha de duas voltas. As regras não especificam, mas geralmente é pintado de marrom ou preto. Pode utilizada uma correia de máquina de costura com 0,5cm de diâmetro, pintada com tinta de sapateiro. Uma correia dá para 3 anéis.

Ele deve ser utilizado em todas as atividades em que o escotista ou dirigente use o seu lenço do Grupo ou de Gilwell, devendo ser evitado o uso de outros tipos de arganéis.

 

Outra forma de distinção para os escotistas e dirigentes é o uso do lenço de Gilwell.

Ele é concedido aos escotistas que completaram o nível Avançado de formação.

Francis Gidney criou o chamado 1º Grupo de Gilwell e o respectivo lenço, em 1921. Fazem parte deste grupo, por tradição, todos os dirigentes, de todo o mundo, portadores da Insígnia de Madeira (IM). Aos primeiros formandos dos cursos era entregue um lenço, de cor exterior cinzenta, a cor da humildade de quem usa este lenço, e com o interior rosa-avermelhado representando o calor e dedicação que todo o membro do grupo de Gilwell deve oferecer ao adestrar outros dirigentes. O tecido utilizado para a confecção, a qualidade do material bem como a combinação das cores dos materiais são patenteados e só pode ser fabricado Detalhe do Lenço para o lenço de Gilwell.
O lenço pertencia ao parque, passando todos os cursistas no momento a usar um lenço igual, independentemente da posição que ocupassem no escotismo. No final do curso, os lenços eram devolvidos ao parque.
Posteriormente, o cinzento exterior foi substituído por um tom bege-areia, não havendo registo de quando passou a ser usada esta cor.
Chegou a ser utilizado um lenço feito totalmente com o tartan do Clã Maclaren, em homenagem ao homem que doou o dinheiro necessário para a compra do parque, mas, devido ao custo excessivo do tecido, o maclarentartan passou a ser usado apenas em um retângulo no vértice do lenço.
Inicialmente, o lenço do 1º Grupo era também usado pela equipe de apoio do parque, mas, a partir de 1924, passou a ser restrito aos portadores da Insígnia de Madeira (IM). O tartan é propriedade registrada do Clã Maclaren. O seu uso é permitido apenas no lenço de Gilwell e não pode ser usado para outro fim.

Ele deve ser utilizado nos cursos de formação e nas reuniões do 1º Grupo de Gilwell, que geralmente acontece em Assembléias e grandes eventos escoteiros. Opcionalmente, pode ser utilizado em outras atividades escoteiras, geralmente nas atividades em que o portador estiver não apenas com a sua seção ou com o seu grupo escoteiro.

 

Outra forma de identificar o portador da Insígnia da Madeira é o colar das contas da IM.

Ele é concedido com duas contas, em conjunto com o lenço de Gilwell, aos escotistas que completarm o nível Avançado de formação.

Esse colar da Insígnia de Madeira surgiu no Movimento Escoteiro pelas mãos do próprio Baden-Powell, associada ao primeiro curso de formação de Dirigentes, realizado em Gilwell Park em 1919. Originalmente, era constituída por um atilho de couro (amuleto de felicidade) e por algumas contas de madeira passadas pelo fogo, retiradas do colar de Dinizulu, oferecido pelo próprio a B-P., símbolo de realeza e do fogo original dos antepassados da tribo, passados de geração em geração como emblema do seu domínio e do conhecimento partilhado entre gerações.
Atualmente, é um cordão de couro fino, de cor preta, usado no pescoço, com um nó de aselha que une as duas pontas, distante uns 10 cm do final das pontas, pontas essas onde existe um nó simples para conter uma conta de madeira, que é um graveto de madeira em formato próprio, queimado na  ponta e com um furo no centro por onde passa o cordão de couro.

Ele deve ser utilizado em todas as atividades em que o portador utilize seu lenço, do grupo ou de Gilwell. Deve ser colocado no pescoço antes do lenço. E depois de colocado o lenço, a parte do nó e das contas é puxada para se sobrepondo ao lenço.
Além do colar de duas contas, existem ainda:
a) o de 3 contas, sendo uma conta adicional entregue ao dirigente de formação capacitado para dirigir cursos Básicos, anteriormente denominado como DCB - Diretor de Curso Básico e mais anteriormente ao Assistente do Deputato Chefe de Campo ou do Aquelá Líder; e
b) o de 4 contas, sendo essa quarta conta entregue ao dirigente de formação capacitado para dirigir cursos Avançados, anteriormente denominado como DCIM - Diretor de Curso da Insígnia da Madeira, e mais anteriormente o Deputado Chefe de Campo ou Aquelá Líder;
c) o de 6 contas, para o Diretor do Campo de Treinamento de Gilwell Park;
d) o de 5 contas para os assistentes desse Diretor de Gilwell Park.

 

SIMBOLISMO
Atualmente, as duas peças da Insígnia – colar e lenço de Gilwell – mantêm um simbolismo rico e muito próximo do original.
O colar simboliza a partilha do dever e de conhecimentos entre as sucessivas gerações de Escotistas, é a transmissão do "fogo original" herdado de Baden-Powell. Na sua singeleza, é símbolo do desprezo pelas riquezas materiais e exemplo da forma como em pequenos simbolismos podem encerrar as verdadeiras riquezas da humanidade. É ainda símbolo da nossa casa, a Natureza. O nosso orgulho não são medalhas nem diplomas, mas sim um pedaço de madeira.
O lenço simboliza o fato de pertencermos ao grupo de Gilwell, lembra-nos o nosso compromisso de fraternidade mundial e torna-nos a todos igualmente dirigentes de um mesmo ideal. Somos todos do mesmo Grupo.

 

Este texto foi elaborado com base em textos contidos:
na página Inkwebane da CNE (Portugal) clique para ver e
no site do GE Aimorés clique para ver.